A chegada do mês de março nos lembra da comemoração do Dia Internacional das Mulheres. E pensando nesse universo feminino, que carrega inúmeras reflexões sobre o papel da mulher na sociedade, voltamos o olhar para os diversos sintomas psíquicos que, com maior frequência, afetam as mulheres e dificultam suas relações com o outro e até mesmo consigo.
Entre essas questões enraizadas no campo da saúde mental, esbarramos em uma condição clínica que fragiliza e cria estigmas emocionais importantes: a Síndrome da Impostora. Mas o que vem a ser essa síndrome?
A Síndrome da Impostora não é uma doença mental. Engana-se quem pensa que atinge apenas as mulheres. Os homens também podem ser afetados, porém em uma incidência menor. Ela vem a ser um típico padrão de comportamento que descreve uma sensação e uma mistura de sentimentos que ocorrem quando não acreditamos que somos merecedores de algo.
Quando, de forma inconsciente, ignoramos nossos méritos e questionamos insistentemente, nossas competências. Se não for tratado pode até se associar a outros distúrbios mentais, tais como: depressão, fobias, irritabilidade, alterações de humor, elevação do complexo de inferioridade, entre outros.
A síndrome se manifesta quando eu acredito estar ocupando um lugar que não mereço e me sinto enganando pessoas. O indivíduo se coloca como um verdadeiro impostor, evita falar sobre suas conquistas e se coloca no papel de errado ou culpado pelo que possuí.
Desse modo, apresenta uma autoestima muito baixa e pode ser facilmente manipulado. Sente muito medo do que as pessoas pensam, por medo de ser julgado e descoberto em suas farsas. Tanto que está sempre em busca de aprovação, além de se autodepreciar e demonstrar enorme instabilidade emocional e insegurança sobre as capacidades e o merecimento daquilo que se conquistou e/ou o lugar que se ocupa.
Quem sofre com a Síndrome da Impostora(o) tem uma tendência a alimentar sentimentos de negatividade e a valorizar demais as conquistas do outro, sem perceber seu próprio valor. Frases como: “eu não sou inteligente” e “não tenho talento” são típicas de quem recebe o diagnóstico.
Podemos destacar ainda, como principais sintomas, os discursos autodepreciativos, a necessidade constante de reavaliar o próprio trabalho, a fuga de situações que possam colocar o indivíduo no centro das atenções, o trabalho além do necessário e o medo de ser “descoberto”. Além disso, sentimentos como medo, insegurança, fobia social, alterações de humor e timidez são frequentes.
O tratamento para essa síndrome é a psicoterapia, no qual o profissional de saúde mental irá trabalhar com técnicas específicas para neutralizar todos os gatilhos que disparam essas sensações destrutivas, auxiliando no reconhecimento das potencialidades para que a pessoa possa assumir seu crescimento pessoal.
Portanto, se você se identificou com esses sintomas ou reconhece que alguém próximo possa estar sofrendo com eles, é preciso buscar apoio através de ajuda psicanalítica para fortalecer a autoestima e as emoções, valorizando cada pequena vitória e olhando, cautelosamente, para todas as dificuldades e o empenho empregado para se alcançar algo.
Conscientizar-se de que a cura está dentro de si, eliminando os pensamentos ilusórios e intrusivos que impedem o próprio crescimento pessoal, é o primeiro passo para o equilíbrio emocional.